segunda-feira, 27 de abril de 2015

Vocês sabem o que é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade?


Muito conhecido atualmente, o número de diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm crescido de modo acelerado em crianças e adolescentes. Por isso, resolvemos falar um pouco sobre o que se trata e como se diagnostica, com o intuito de desmistificar diagnósticos errôneos que são feitos por muitos profissionais da área de saúde.


O TDAH se caracteriza por 3 sintomas principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Segundo o DSM- IV (2002), os indícios de desatenção se caracterizam por:
1-  A criança/adolescente deixa de prestar atenção em detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares de trabalho ou outras;
2-      Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
3-      Parece não escutar quando lhe dirigem a palava;
4-      Não segue instruções e não termina seus deveres;
5-      Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades;
6-      Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço constante;
7-      Perde as coisas necessárias;
8-      Distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa;
9-      Apresenta esquecimento de atividades diárias
Já os sintomas que demonstram hiperatividade-impulsividade se caracterizam por:
Hiperatividade:
1-      Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
2-      Abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
3-      Corre em demasia em situações onde isso é inapropriado;
4-      Está a mil por hora ou, em muitas  vezes, age como se estivesse a todo vapor;
5-      Fala em demasia;
Impulsividade:
1-      Dá respostas precipitadas antes das perguntas terem sido finalizadas;
2-      Tem dificuldade para aguardar sua vez;
3-      Interrompe ou intromete em assuntos dos outros;
4-      Deve estar fazendo sempre alguma coisa ou se agitando.


É importante ressaltar que existem subtipos de TDAH: o subtipo predominante desatento, em que os sintomas de desatenção dominam o comportamento da criança ou adolescente, o subtipo predominante hiperativo/impulsivo onde os sintomas de hiperatividade e impulsividade caracterizam o comportamento da criança ou adolescente e o subtipo combinado, em que se caracteriza pela presença dos dois tipos de sintomas citados acima.

Geralmente, pais, responsáveis, familiares, professores e amigos quando leem essa tabela de sintomas, rapidamente diagnostica crianças ao seu redor: “fulano é desse jeitinho”, ou então: “ciclano tem esse transtorno, ele age dessa forma que está escrito”. O erro está aí: o diagnóstico de TDAH não é tão simples como está descrito nos sintomas acima.

Primeiramente, é preciso que um profissional capacitado (neuropsiquiatras, psiquiatras, psicólogos, neuropsicólogos) faça uma avaliação da história de vida da criança/adolescente. Pois, esses comportamentos citados anteriormente podem ser decorrentes de conflitos familiares, ambientes escolares inadequados, dificuldades sociais da criança, perda de algum ente querido, entre muitos outros fatores.

Além disso, é preciso que o profissional observe algumas pistas peculiares que indicam a presença do transtorno, tais como: a duração dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, a frequência, intensidade, persistência em vários locais e ao longo do tempo.

A criança ou adolescente que realmente tem TDAH carrega um prejuízo significativo em sua vida. Portanto, o profissional deve ter o entendimento do significado de cada sintoma, por exemplo, é fundamental verificar se a criança não obedece as instruções dadas por não conseguir prestar atenção no que está sendo dito ou se ela não tem interesse naquilo.

Desse modo, é preciso compreender que uma lista de sintomas sem uma avaliação bem conduzida não significa que a criança/adolescente tenha o transtorno. Pois, atualmente percebe-se uma “epidemia de TDAH’s”, onde as indústrias farmacêuticas inseridas em uma sociedade capitalista lucram às custas dos diagnósticos, que muitas vezes são rápidos e mal avaliados.

Assim, é de suma importância que os pais ou responsáveis procurem profissionais devidamente qualificados. Eles irão conduzir uma avaliação com cautela, que não colocará apenas rótulos nas pessoas para que elas o carreguem no resto de suas vidas. Pois, muitas características de TDAH estão presentes em crianças sem o transtorno, um vez que durante a infância e adolescência é comum um padrão de desatenção, hiperatividade e impulsividade, visto que essas funções ainda encontram-se em desenvolvimento.
Manuella Garcia Resende de Deus
Psicóloga  (CRP: 09/9498)
Atualmente é Psicóloga Clínica do Programa Desenvolver
e especializanda em Psicodrama Psicoterápico
Marina Magalhães David
Psicóloga (09/9789)
Atualmente é Psicóloga Clínica do Programa Desenvolver
e especializanda em Psicodrama Psicoterápico

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