segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O irmãozinho mais novo vem aí: e agora?



É comum pais terem dificuldade em lidar com a criança que ganhará um irmãozinho em breve. As dúvidas surgem, pois a criança mais velha está acostumada a ser o centro das atenções em casa: não precisam dividir os pais, os doces da geladeira, os brinquedos, os desejos, entre outros. Logo, quando se sentem ameaçados por alguém que está chegando, inicia-se a mudança de comportamento. 

Por exemplo, certa vez uma paciente procurou o consultório pelo fato de que tinha uma filha de quatro anos e estava grávida, todas as vezes que pegava na barriga e conversava com o bebê dizendo: “cadê o bebezinho da mamãe?” a criança chorava dizendo que o bebê da mamãe era ela. A mãe estava muito insegura de como agir com a criança e ao mesmo tempo receosa do que poderia acontecer com o bebe que viesse ao mundo. Entre um atendimento e outro, algumas crianças tem trazido queixas que passam despercebidas pelos pais: “Meus pais gostam mais do meu irmão mais novo...” 


Por vir de uma criança, isso é relevante? Vamos descrever o que os filhos mais velhos relatam sobre o que acontece diariamente. Por exemplo: um filho que antes era único descobre que vai ganhar um irmãozinho, a tendência dos pais e familiares é de começar a comprar coisas para a criança que vem chegando. Uma tia que antes ia visitá-lo, sempre levava um presente. Depois que essa criança ganha um irmãozinho (a) essa mesma tia vai visitá-lo e chega com um embrulho de presente dizendo: ”trouxe para o maninho (a)”. Ao se deparar com essa situação, o filho que antes era único começa a pensar: “antes compravam presentes pra mim”, “meus pais só falam nesse bebe que vai chegar”. Então, a criança começa reparar coisas que às vezes não dava muita importância.

A dificuldade dos pais nesse momento é muito comum, pois precisam ter um jogo de cintura para lidar com a criança mais velha e ao mesmo tempo dar todo carinho e atenção que o bebê precisa. Para isso, primeiramente é necessário que os pais compreendam o sentimento da criança mais velha, que até então tinha os pais somente pra ela, assim como o espaço de criança da casa. Agora, ela passará a dividir tudo isso: não é fácil! Realmente é um período muito difícil para essa criança.


Os pais ficam nessa balança diária em dividir atenção, dividir carinho, entre tantas outras coisas. É claro que não podemos generalizar, mas se os pais não souberem lidar com essa situação, o filho mais velho pode fazer de tudo para chamar atenção: alguns vão dar birras, outros vão ficar tristes em um canto. No momento que a criança começa com essa mudança de comportamento, os pais geralmente dão broncas ou palmadas. Assim, provavelmente ela irá interpretar da seguinte forma: “antes desse bebe nascer eu não apanhava, estou apanhando por causa dele”, “estão brigando comigo por causa dessa nova criança”.



Então, como lidar com as crianças mais velhas? 



Cabe aos pais conciliarem e ensinarem para a criança que um bebe chegou ou vai chegar e que ele não vai ser abandonado, deixado de lado ou desamparado por eles por causa disso. A criança geralmente inicia com os comportamentos de ciúme já na gravidez: é um momento novo para a família, logo a atenção volta-se totalmente para esse momento. Pessoas ligam, vão à casa da família e o assunto fica em torno do bebê que esta por vir. Por isso, é importante que os pais incluam sempre a criança nos assuntos, para que ela não se sinta de lado, como se estivesse sendo substituída, mas sim ganhando um novo irmãozinho (a) para aumentar a família.    
               
  •  Quando o bebê nasce à dificuldade dos pais tende a aumentar, pois o recém-nascido precisa de cuidados peculiares e uma atenção muito grande. Esse momento é o que a criança mais se sente de lado, e conseqüentemente o período de mais ciúme. Por isso, é importante que os pais redobrem a atenção com a criança mais velha. Por exemplo: o pai que trabalhou o dia todo e chega do serviço, deve dirigir-se primeiramente a criança, brincar um tempo com ela, dar atenção e somente depois ir falar com a mãe e o bebê.


  •  Além disso, os pais devem explicar e mostrar pra criança com freqüência que o novo integrante da família veio para acrescentar, por exemplo: quando ela estiver brincando sozinha, dizer “olha, daqui uns dias “fulano” poderá brincar aí com você... pensa quando ela puder fazer “isso” ou “aquilo” com você? Não será ótimo?”. Essas falas irão fazer com que a criança sinta que o irmãozinho irá deixar as brincadeiras e a casa mais divertida. 


  •  Explique para o filho mais velho que ele ganhou um presente, que terá que ajudar os pais a cuidarem desse presente. Faça a criança se sentir importante e útil nesse momento, trate-a como tratava antes do filho mais novo, não aumente o número de broncas, haja da mesma forma que antes. Filhos precisam de atenção, comecem a se policiar se realmente não estão deixando o outro filho de lado. 

  •  É muito importante que os pais não fiquem insistindo para que a criança faça carinho no bebê, por exemplo: “passe a sua mão na cabecinha dele”, ou “abrace seu irmãozinho (a)” tudo isso deve acontecer de forma natural e espontânea da criança.

Manuella Garcia Resende de Deus
Psicóloga (CRP: 09/9498)
Atualmente é Psicóloga Clínica do Programa Desenvolver

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Como a higiene pessoal pode influenciar na vida das crianças?

Como a higiene pessoal pode influenciar na vida das crianças?


Em meio a tantas obrigações dos pais e responsáveis para educar crianças, alguns ensinamentos essenciais acabam ficando esquecidos, pois são considerados com menos importância do que, por exemplo: aprender a gostar de ler, estudar, ser educado com outras pessoas, guardar os brinquedos depois das brincadeiras. Dentre os ensinamentos importantes que acabam ficando pra segundo plano está à higiene pessoal das crianças.

É comum as pessoas terem pensamentos como: “Ahh, é só uma criança”, “É criança, ninguém repara...”. Assim, entendem que elas não precisam ter uma higiene pessoal como as pessoas adultas. É muito importante que os pais ensinem desde muito pequeno sobre higienização do corpo, pois as crianças têm facilidade em absorver e aprender desde quando nascem. É significativo ensinar as crianças a respeito da higiene básica, tais como lavar e enxugar as mãos depois que ir ao banheiro, lavar as mãos antes de comer, escovar os dentes pelo menos 3 vezes ao dia, lavar as partes íntimas do corpo,  não soltar “pum” e “arrotar” perto de outras pessoas, não falar com a boca cheia. 


Esses ensinamentos são necessários uma vez que as crianças vivem em sociedade, tanto com crianças da mesma idade, quanto com pessoas adultas. A higiene pessoal influencia diretamente nos relacionamentos interpessoais dos seres humanos, destacando também as crianças. Por exemplo, um bullying com uma criança pode começar quando ela está com mau cheiro. Desse modo, os apelidos surgem fazendo com que ela adquira uma baixa auto-estima, falta de vontade de ir a escola e dificuldade em se relacionar com outras pessoas.

Tudo isso pode ser evitado se os pais ensinarem devidamente as crianças a respeito da higiene básica. Assim, irá fazer com que elas se relacionem melhor, além de incentivar para que elas aumentem a vaidade.

Como ensinar as crianças a terem higiene pessoal?


- É importante fazer com que a criança adquira o hábito de realizar as práticas básicas da higiene pessoal. Para isso, é necessário acompanhar desde pequeno as crianças nos momentos de desempenhar essas tarefas, bem como verificar se estão sendo executadas de forma correta, por exemplo: no momento do banho, é importante que os pais deem autonomia para a criança se lavar, e ao mesmo tempo verifiquem o que está sendo feito. Vale enfatizar que isso deve ser feito diariamente para que as crianças realmente criem os hábitos.

- É possível trabalhar atividades lúdicas com as crianças a respeito desse tema. Por exemplo: fazer desenhos sobre a higiene, quando for brincar de bonecas ou casinhas trabalhar a higiene com os bonecos na brincadeira.

- Os pais ou responsáveis devem praticar essas formas de higiene na frente das crianças, pois elas aprendem muito através da imitação.




Manuella Garcia Resende de Deus
Psicóloga (CRP: 09/ 9498)
Atualmente é Psicóloga Clínica do Programa Desenvolver
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