segunda-feira, 30 de março de 2015

Adultização infantil: O que significa?

No nosso dia-dia comumente encontramos crianças nas quais dizemos: “nossa, ela é muito madura para a idade dela” ou “essa criança se comporta como gente grande”. Nesse texto iremos discutir o conceito de adultização infantil, bem como as conseqüências que esse comportamento pode ocasionar na vida da criança, amigos e familiares.

Segundo o dicionário Priberam, a palavra Adultização significa: “ato ou efeito de adultizar, dar ou tomar caráter adulto”. Ou seja, crianças que se comportam como se fossem pessoas adultas, são vistas como adultizadas.

E como se comporta uma criança adultizada?

Os comportamentos adultizados das crianças geralmente se reconhecem através das vestimentas, em que as mesmas usam roupas e acessórios como os adultos utilizam. Além disso, é comum ocorrer uma erotização precoce dessas crianças, em que vivenciam a sexualidade desde muito cedo. Também se observa a forma como elas estão se comunicando, pois costumam imitar gírias e palavreados que os mais velhos falam. Na maioria das vezes, essas crianças perdem o interesse em atividades ou assuntos infantis e se empenham para se comportarem cada vez mais como os adultos.


Esse fenômeno pode se tornar bastante prejudicial para nossas crianças, pois elas estão perdendo o verdadeiro sabor da infância, onde as principais preocupações são de ir para escola, fazer as atividades escolares, relacionar-se com os amigos e fantasiar nas brincadeiras. Além disso, se torna perigoso, pois apesar dessas crianças se comportarem como adultos, elas ainda não tem maturidade suficiente para tal. Ou seja, pessoas podem se aproveitar delas de diversas formas, tais como, pedir para fazer “fofocas” para se dar bem, solicitar que elas façam algo errado para tirar proveito da situação ou até mesmo abusar sexualmente.



Portanto, é de suma importância que os pais e responsáveis tomem alguns cuidados para evitar esses comportamentos adultizados das crianças, pois, estas vivenciam muitos estímulos na nossa atual sociedade. Dentre os principais cuidados estão:

- Evitar envolver a criança em assuntos adultos. Por exemplo: “Pedir para que ela fale algo para alguém que você não tem coragem.” Esses comportamentos são comuns nos adultos, pois tiram proveito da espontaneidade que a criança possui, para pedir que ela fale algo para alguém e não fique um clima constrangedor entre os adultos.

- Manter atenção no que conversa com os adultos perto das crianças, pois muitos vêem a criança no ambiente e tratam como se ela não entendesse o que está sendo conversado. Muito pelo contrário, na maioria das vezes a criança está bem atenta no assunto. (Atenção: isso não significa que a criança deve ser enganada, mas sim que deve ter a forma certa de conversar certos assuntos com ela).

- As crianças que ficam em casa sem nada para fazer e têm a opção de ficar na internet, podem estar sendo auxiliadas de forma positiva ou negativa. Nas redes sociais, todos nós sabemos que existem pessoas mal intencionadas e que podem trazer diversos males para crianças que estão ali por qualquer motivo. Então, é importante estar sempre atento ao que a criança está fazendo e em qual site está entrando.

- Saber com quem a criança está se envolvendo, pois a adultização ocorre por influência de outras pessoas, tanto por crianças ou adultos.



Manuella Garcia Resende de Deus
Psicóloga do Programa Desenvolver



Marina Magalhães David
 Psicóloga do Programa Desenvolver




terça-feira, 24 de março de 2015

Trabalho, cansaço e falta de tempo: como conciliar com os filhos?

A educação está inteiramente relacionada aos pais ou responsáveis e, a família também exerce um papel muito importante na construção da personalidade das crianças.  Por esse motivo, os pais devem compreender suas responsabilidades e competências na hora de educar. Desse modo, este texto contribui para um assunto muito importante a ser discutido: a falta de tempo dos pais e a educação dos filhos.

Atualmente, vivenciamos um mundo de grandes transformações, em que a família tradicional dá lugar a um novo modelo de configuração familiar. No modelo tradicional o pai encontra-se como provedor, que oferece suporte emocional à mãe, mas não se envolve diretamente com os filhos, exercendo poder de autoridade, enquanto a mãe é mais próxima afetivamente e fisicamente das crianças e cuida da casa. 

No modelo emergente de configuração familiar, os homens são, psicologicamente, capazes de participar ativamente dos cuidados e criação das crianças, enquanto as mães também participam das responsabilidades financeiras da casa, ou seja, os dois trabalham fora e participam de forma equitativa na educação dos filhos.


Desse modo, para acompanhar essa transformação social é preciso saber lidar também com os filhos, que agora se vêem distante dos pais diariamente, pois além destes trabalharem fora, as atividades resignadas às crianças tornam-se cada vez mais constantes.

Isso é um problema? Digamos que se os pais souberem lidar com a criança e a falta de tempo, a resposta é não. Porém, se a ponderação do tempo com a criança não ocorrer, ela poderá sentir-se desamparada, o que pode ocasionar problemas de ordem psicológica e social na formação do caráter da mesma.

Geralmente, os pais que trabalham fora o dia todo chegam em casa cansados e só querem fazer atividades para dar uma “relaxada”. Desse modo, esquecem de dar a atenção necessária para as crianças, fazendo com que ela faça de tudo para chamar atenção, por exemplo: a criança que passa o dia todo sem os pais, no momento em que se encontra com eles, provavelmente ela irá chamar-los para brincar, contar o que aconteceu no dia, falar sobre o que aprendeu na escola, enfim, qualquer coisa que ganhe carinho e atenção dos pais. Se os pais dizem: “Está bom fulano, agora deixa eu ver o jornal” ou “cale a boca, a noticia é importante” poderá inibir comportamentos futuros, fazendo que a relação entre pais e filhos fiquem cada vez mais distantes.


Na convivência do dia-dia esses comportamentos passam despercebidos pelos pais. No momento em que chegam em casa, os pais devem auxiliar o filho a estabelecer o bom convívio, contando como foi a experiência do dia, o que comeram, o que fizeram, e também escutar com interesse o que a criança tem para contar. A família deve estabelecer um vínculo muito forte com a criança, pois deve ser ensinado desde muito cedo que estão trabalhando diariamente, mas que estão disponíveis para ouvir qualquer reclamação ou qualquer angústia que a criança tenha.

É de suma importância que os pais se atentem cada vez mais aos detalhes que os filhos demonstram estar sentindo falta. Às vezes 30 minutos do dia que os pais tiram para brincar e conversar com as crianças já é suficiente. Desse modo, é relevante salientar que a família precisa adquirir ajustamentos para se manterem próximos apesar das rotinas diárias, pois o vínculo afetivo familiar é essencial para a qualidade de vida dos seres humanos. 

O Programa Desenvolver atende crianças e adolescentes com o objetivo de aprimorar habilidades que por algum motivo se encontram prejudicadas. Telefone para contato: 
(62) 4101-8880/ (62) 8153-8008. 
E-mail: programadesenvolver@outlook.com
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Marina Magalhães David
Psicóloga do Programa Desenvolver


Manuella Garcia Resende de Deus
Psicóloga do Programa Desenvolver